A construção de uma equipa é um desafio fabuloso. Os miúdos vão chegando de fininho, vão experimentando, vão jogando, vão-se divertindo. Uns gostam, ficam; outros não gostam, saem. Definem-se objetivos, explicam-se as metas e o caminho para lá chegar. Uns ficam, outros saem. O caminho do treino é árduo, sua-se muito, mas a meta está ali à frente a acenar, a puxar-nos para ela. E o trabalho continua. Uns ficam, outros saem. Os que ficam continuam a treinar, uns mais, outros menos, de acordo com o chamamento que a meta desperta. Perdem-se muitos jogos, vencem-se alguns jogos. Desafiam-se as melhores equipas do país, percebemos que jogamos contra eles, mesmo perdendo. Os elos mantêm-se em torno de um objetivo comum. As diferenças existem, a motivação difere, os conflitos surgem, mas a equipa continua ali. A puxar os que querem menos, a espicaçar consciências, a aprender com os erros. Um amua, o outro não lida bem com a crítica, um chateia-se com a namorada, o outro sente-se injustiçado, um não quer encher mais flexões porque cansa muito, o outro queixa-se da altura da bola que nunca está no sítio. No final tudo se resolve, o conflito guarda-se no bolso, o ciúme da namorada fica no rascunho do instagram, o amuo passa, a crítica ouve-se e a equipa joga voleibol. Conseguimos construir uma equipa de voleibol, com todas as diferenças, com todas as contrariedades, com todas as dúvidas, com todos os insucessos, com todos os abandonos, a equipa manteve-se e deu-se a conhecer aos outros. Uma equipa do contexto escolar, que jogou com as melhores equipas do país de igual para igual. Treinámos bem e muito; discutimos bem e muito; perdemos bem e muito; vencemos bem e muito. João, Eric, Senti, Bruno, Cláudio, Nuno, Mena, Igor, Sampainho, Malaca cresceram aqui: chegaram pequenos e fizeram-se homens, através da equipa, através do desporto.
Viveram experiências únicas : Participaram na maioria dos torneios do federado: Summer cup (3 vezes); TIVE(2 vezes); Eurobol (2 vezes); Vianna cup (1 vez); participaram em 3 nacionais do Desporto escolar; receberam passaporte para a FISEC na Bélgica.
Apesar de todas estas fabulosas vivências desportivas e sociais, percebemos que no desporto, tal como na vida, nem sempre se ganha, apesar de se achar que se trabalhou o suficiente. Sentimos a crueldade da derrota naquele jogo do tudo ou nada, quando a competência para lidar com a pressão não surgiu como se esperava e a certeza de que o trabalho que parecia suficiente, afinal não chegou.
Utilizarão esta experiência no seio de uma equipa para a vida; os valores da humildade, da perseverança, da luta, do crer, do trabalho árduo,da aceitação do erro, do convívio, da amizade, como a base para obterem alguns sucessos ao longo do vosso caminho minado de muitos insucessos.
E no meio dessa tarefa, lembrem-se sempre da mão estendida no centro, com as outras mãos unidas em cima e as vozes afinadas gritando bem alto EEEEESA!!! Significa que quando lutaram, tinham outras mãos agarradas às vossas que vos ajudaram a crescer.
Obrigado por tudo e construam o vosso caminho de forma equilibrada.
